No geral, os sapos habitam locais mais úmidos, como próximo de lagoas, riachos,
igarapés e brejos.
O seu modo de vida é fortemente relacionado com a água. Seus
cantos são herdados geneticamente de uma geração à outra, e não precisa de
aprendizagem.
Por que os sapos cantam?
O canto dos sapos está relacionado com a reprodução deles.
Na maioria das espécies apenas o macho é quem canta para avisar a fêmea que
está pronto para se reproduzir.
A cantoria dos sapos em Castelo do Piauí.
É comum no período chuvoso como o de agora, ouvirmos uma grande
cantoria de sapos próximo à lugares úmidos.
Ontem quando estava passando na rua Coelho Neto, principal
via de acesso ao simpático bairro Mutirão e ao ver um pequeno córrego de água,
lembrei que antes daquela rua ser pavimentada, aquela corrente de água passava
onde um dia foi o que conhecíamos como Riacho de Areia.
Com o passar do tempo o capitalismo foi modificando o espaço geográfico também de nossa cidade e
agora a água que corria antes sobre a areia, escorre hoje no asfalto.
E também ao ouvir os sapos cantando me veio uma lembrança
das aulas de literatura no ensino médio com as professoras Osmarina Moreira (in
memorian) e Aldenir Barbosa, principalmente das poesias de Manoel Bandeira em
Os Sapos.
No trecho
" O
sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado".
O sapo-tanoeiro é um típico exemplar do poeta parnasiano,
que destila as regras de composição, lembra disso dona Rita Ferreira Marcelino
?
Bom, depois falaremos mais das aulas de literatura no Sales
Martins, porque de tantos assuntos, não caberiam nesta pequena narrativa.
Voltando ao Riacho de Areia.
Lembro-me também que o São Luiz ficava na zona rural da
cidade e hoje faz parte da área urbana no Mutirão.
Devido ao crescimento urbano
daqui a pouco tempo também o Canta Galo e a Marmelada também farão parte da
zona urbana da cidade.
O caminho de outrora para se chegar a essas localidades
era na direção do riacho até certo ponto.
Até a década de 70 o Riacho de Areia era perene mesmo no
período de estiagem, tinha vários pontos de banho. Um deles onde tinha um pé de
Ingarana ali nas proximidades do Pontilhão na Coelho Neto.
Suas nascentes eram na Lagoa das Pedras (pauta para outro
texto a bonita lagoa que poucos sabem da existência), de lá seguia em direção à
cidade onde é divisa natural entre o Burtizinho e a Santila, passava ainda na
Pigoita até chegar onde hoje é a rua Coelho Neto no cruzamento com a Quintino
Bocaiúva até chegar ao Rio Cais.
Texto: Augusto Júnior Vasconcelos.
Colaboração: João da Cruz Moreira da Silva.
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