Hoje graças a boa infraestrutura instalada e a melhoria do acesso essas dificuldades não existem mais. Vale lembrar que hoje a visitação é feita de forma ordenada com o devido acompanhamento de condutores de visitantes.
Sou um privilegiado por conhecer grande parte do acervo
histórico e cultural, bem como dos aspectos turísticos, geográficos e
arqueológicos de nossa região. Ao longo dos últimos anos, participei de algumas
aventuras ecológicas pela imensidão de belezas que cercam a nossa região.
É hora de conhecer a turma que nos acompanhou:
Augusto Júnior Vasconcelos – Guia de turismo, Licenciado em Geografia (UESPI) e Bacharel em Turismo (UFPI) e criador de conteúdo digital.
Paulo Clímaco – Historiador e professor (Licenciado em História
(UESPI) e Geografia (UFPI).
Benício Lima – Licenciado em Geografia (UESPI).
Max Rumi – Fotógrafo e Vídeomaker
Ângelo Côrrea – Doutor em Arqueologia e professor da UFPI
André Prous – Doutor em Arqueologia e professor do Departamento de Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal de Minas Gerais
A viagem
Do ponto de nossa partida até a Bebidinha, foram mais ou menos de 68 km de percurso feito parte em asfalto (35 km) e parte em estrada vicinal (carroçável 33km). Qualquer carro dá para fazer todo o percurso, não precisa ser 4x4, de preferência um pouco alto.
O lugar
Todo o esforço da caminhada valeu a pena porque fomos agraciados pela visão panorâmica do rio, contemplando uma boa extensão dele e de todo o cenário em volta. Realmente a natureza foi muito generosa com a geografia da região.
Ao ver aquele cenário de beleza singular, começamos a viajar no tempo e incrédulos, passamos a imaginar a importância daquele lugar para as populações primitivas que se fixaram ali. Observando as serras, vimos que são fronteiras naturais entre os estados do Piauí e do Ceará e que o Poti corta algumas delas, tornando-se um importante corredor migratório.
Alguns teóricos afirmam que essas populações primitivas
utilizaram essa rota elo Boqueirão do Poti (Cânion) porque era mais fácil do
que subir a serra para chegar ao outro lado. Dá mesma forma que há milhares de
anos os primeiros habitantes da região, os colonizadores portugueses também
fizeram, assim como os bandeirantes paulistas. Domingo Jorge Velho edificou
muitas fazendas ao longo da bacia do Poti.
O sítio arqueológico da Bebidinha é um verdadeiro tesouro arqueológico escondido no interior do Piauí, protegido pelas forças e guardiões da natureza e hoje a visitação está totalmente ordenada o que deixa o lugar ainda mais conservado e preservado.
Os primeiros habitantes da região deixaram suas marcas nos paredões rochosos das margens, é um sítio extenso que apresenta diferentes técnicas com estilos variados que podem significar a passagem de diferentes grupos pelo local. Sua extensão é muito grande, percorremos um longo caminho se equilibrando ora nos paredões ora pelo leito seco do rio e mesmo assim não conseguimos chegar o seu final. Imaginem como era o cenário há milhares de anos, com o Poti que tem suas nascentes no Ceará e em pleno vapor vindo em direção ao Piauí.
Com aproximadamente 3 km de gravuras tanto de um lado como do outro, é um dos maiores sítios de gravuras das Américas, em extensão e em quantidade de arte rupestre. Não há dúvidas nenhuma de que em um passado distante, verdadeiros artistas deixaram fortes indícios de suas presenças que se bem preservadas, ficarão para a eternidade.
Temos a certeza que o lugar foi habitado por um grandioso número de pessoas. As inscrições seriam uma tentativa de representar o cotidiano e ensinar aos mais jovens a se defender das intempéries climáticas e de animais ferozes? Ou repassar informações para futuros grupos que por ali passaram? Deixe a imaginação fluir e também façam suas conclusões caros leitores.
O objetivo de mais uma ida a bebidinha foi o de gravar mais um conteúdo para o canal Blog do Augusto Júnior no YouTube bem como divulgar as potencialidades da região e os trabalhos e as pesquisas que estão sendo feitos com a orientação do arqueólogo Ângelo Côrrea que depois serão divulgados. Na visita ainda tivemos o privilégio de ter a companhia do renomado arqueólogo francês André Prous.
Além da satisfação de estarmos mais uma vez naquele lugar, tivemos uma verdadeira aula de arqueologia. Voltamos com a sensação de dever cumprido e com a missão de tentar sensibilizar as pessoas quanto a importância da preservação do rico acervo histórico e cultural de nossa terra.
Nossos agradecimentos a toda equipe do Nazareth Cânion Lodge
pela acolhida e em especial ao empresário João Freitas pelo convite em visitar
o sítio arqueológico da bebidinha ao lado destas ilustres companhias.
Retornamos para casa contentes e satisfeitos por conhecer mais um importante capítulo de nossa história.
Texto: Augusto Júnior Vasconcelos.
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