Um episódio despertou a curiosidade de muitos moradores de Castelo do Piauí em meados da década de 90. Um avião bimotor começou a dar seguidas voltas sobre o nosso espaço aéreo apresentando aparentemente um barulho diferente e estranho, como se algo não estivesse funcionando bem em seus motores, o que deixou os populares apreensivos e com certo ar de preocupação e medo de uma possível queda da aeronave.

Experiente, o piloto estava dando seguidas voltas ao redor da cidade, quando avistou, o que poderia salvar à todos. Encontrou uma aérea limpa e plana e conseguiu fazer um pouso de emergência no campo de aviação.

O avião havia decolado do aeroporto de São Luís MA e tinha como destino a cidade de Juazeiro do Norte no Ceará, quando começou a ter problemas devido a um rompimento na parte superior de um de seus motores e teve seu óleo todo derramado e para a sorte da tripulação e dos ocupantes ainda era cedo da manhã e o tempo nublado e com uma pequena chuva, ajudou a diminuir a temperatura ambiente.

Esse fato possivelmente fez com que a aeronave não tenha incendiado. O motor que estava com problema foi desligado e o pouso feito com extrema competência pelo piloto era um senhor de nome Ilmo.

Na aeronave, estavam além do piloto, uma viúva e a filha, além do corpo de um vendedor de joias que faleceu na capital maranhense. Após ter transcorrido tudo bem na aterrissagem da aeronave e já com curiosos no local, todos desceram e perguntaram se havia algum mecânico por perto, quando alguém falou que quem poderia ajudá-los, seria o Edimar Nunes, que quando soube do ocorrido e foi acionado, se dirigiu ao campo de aviação.

Primeiro Nunes ouviu do piloto o que realmente teria acontecido na aeronave durante o voo  e em seguida fez uma vistoria geral nos equipamentos, onde constatou que realmente o rompimento citado. Edimar com sua máquina de solda feito o reparo na peça e depois de recuperada, foi novamente colocada em seu lugar e testada claro, antes de decolar novamente.

No intervalo entre o pouso e a decolagem, houve tempo ainda para uma prosa entre Nunes e o simpático piloto. Edimar curioso e grande conhecedor da geografia e história do Brasil, perguntou à Ilmo, qual a sua origem. Ilmo respondeu que era natural de Santana do Livramento que faz parte da conhecida região da Campanha Gaúcha.

Nunes disse que era a cidade de Nelson Gonçalves, Ilmo respondeu que sim e o mesmo era seu amigo e o verdadeiro nome do boêmio era Antonio Gonçalves Sobral, depois adotando Nelson como artístico.

Voltando ao assunto do avião, após a revisão e colocação da peça, a aeronave decolou por volta das 13h e seguiu para seu destino aonde chegaram sãos e salvos. O piloto após a chegada em Juazeiro do Norte fez contato com o mecânico Edimar Nunes e dizendo que a viagem tinha transcorrido bem.

Texto: Augusto Júnior Vasconcelos.

Fonte: Edimar Nunes.

Foto: Imagem ilustrativa de um bimotor extraída da internet

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